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Em defesa de Irmã Dulce

Carinhosamente chamada de Anjo Bom da Bahia, irmã dos pobres, beata que viveu a caridade, missionária da esperança, amparo dos abandonados, coração acolhedor, conforto dos desenganados, anjo azul dos alagados e reconhecida pela Santa Sé como Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, nossa saudosa e ilustre filha baiana é candidata por meio do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), a concorrer com outros nomes importantes do cenário de nossa pátria, ao título de melhor brasileiro de todos os tempos, através de uma eleição popular e gratuita via internet ou pelos sms dos celulares.
    Independentemente do resultado apresentado pela televisão, nós reconhecemos e valorizamos a grandiosidade de sua vida, tão marcada pela solidariedade e pelo espetacular testemunho de fé. Com certeza, um dos maiores milagres desta “santa” canonizada pelo povo é a magnífica transformação de um galinheiro, num renomado hospital que vive da providência divina e assume o papel de ser o diferencial de todos os centros médicos e instituições hospitalares do nosso país, por semear antes das medicações e do uso dos aparelhos tecnológicos, o amor e respeito à dignidade de todos os seres humanos que venham a usufruir destes serviços. Ali é a verdadeira casa da misericórdia e de recuperação não apenas do corpo, mas, sobretudo da alma! Sem contar com as outras obras sociais mantidas pela generosidade dos seus admiradores e devotos.
    Ao invés de escrever cartas “em nome do além”, para satisfazer a necessidade individual de cada pessoa ou família, ela escreveu e comoveu os grandes empresários de sua época, para cooperarem com o novo jeito de amar o próximo, investindo na educação da mocidade e na colaboração de meios que defendessem a integridade da vida de crianças e anciãos do seu início ao seu declínio. Sem contar, o seu incansável amor preferencial pelos pobres, marginalizados e excluídos da sociedade. Segundo relatos, sua mansidão era tanta e tamanha que num dia pedindo ajuda através da doação de alimentos nas barracas da feira de São Joaquim, um feirante quando ela estendeu a sua mão para pedir ele a cuspiu e num gesto diferente do nosso, para reação de todos ela trouxe a mão cuspida para o seu coração, agradeceu ao feirante e disse que aquela oferta que ele ofereceu era para ela, mas com a outra mão limpa, pediu então a colaboração para os seus irmãozinhos mais necessitados. Nesta cena, nós podemos relacioná-la com aquele momento do calvário quando Jesus exclamou na cruz: “Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem”, consolidando entre nós a lei do perdão e da compaixão. Quem não se recorda que o Bem-Aventurado Papa João Paulo II, de venerável memória visitando Salvador mudou repentinamente o seu roteiro para ir ao encontro de Irmã Dulce hospitalizada em seu leito de dor? Era de fato, o encontro dos mensageiros mundiais da paz e do amor. Grandes benfeitores humanistas!
    O seu legado, caráter, liderança, coragem e fé, tornam Irmã Dulce sem sombra de dúvidas, a maior brasileira de todos os tempos. Não queremos render-lhe este título por orgulho e vaidade, mas pelo que ela representa até os dias de hoje, pelas inúmeras pessoas que acorrem as suas obras sociais em busca de auxílio e no Santuário da Imaculada Mãe de Deus, onde está os seus restos mortais, recorrem a sua intercessão junto a Nosso Senhor Jesus Cristo, pelas suas vidas, anseios, sonhos e necessidades. “O amor supera todos os obstáculos, todos os sacrifícios. Por mais que fizermos, tudo é pouco diante do que Deus faz por nós. " Irmã Dulce.

Postado por JORNAL LIVRE - ABSOLUTAMENTE NOTÍCIA às 23:45. Os comentários serão revisados antes de serem publicados.

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