7 de outubro: A festa da democracia
Sabemos
que o nosso voto é secreto, mas é pública a nossa opinião acerca das
características de nossos futuros representantes municipais. Baseados no documento emitido pela CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) devemos todos estar cientes de algumas valiosas dicas para a nossa
participação consciente e responsável no processo político-eleitoral de nossa
cidade. Seguem abaixo as dicas:
1. O poder
político emana do povo. Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições e de exercer bem
este poder. Lembre-se de que seu voto contribui para definir a vida política de
sua cidade.
2. O exercício
do poder é um serviço ao povo. Verifique se os
candidatos estão comprometidos com as grandes questões que requerem ações
decididas dos governantes e legisladores: a superação da pobreza, a promoção de
uma economia voltada para a criação de postos de trabalho e melhor distribuição
da renda, educação de qualidade para todos, saúde, moradia, saneamento básico,
respeito à vida e defesa do meio ambiente.
3. Governar é
promover o bem comum. Veja se os candidatos e
seus partidos estão comprometidos com a justiça e a solidariedade social, a
segurança pública, a superação da violência, a justiça no campo, a dignidade da
pessoa, os direitos humanos, a cultura da paz e o respeito pleno pela vida
humana desde a concepção até à morte natural. São valores fundamentais
irrenunciáveis para o convívio social. Isso também supõe o reconhecimento à legítima
posse de bens e à dimensão social da propriedade.
4. O bom
governante governa para todos. Observe se os candidatos
representam apenas o interesse de um grupo específico ou se pretendem promover
políticas que beneficiem a sociedade como um todo, levando em conta,
especialmente, as camadas sociais mais frágeis e necessitadas da atenção do
Poder público.
5. O homem
público deve ter idoneidade moral. Dê seu voto apenas a candidatos com “ficha
limpa”, dignos de confiança, capazes de governar com
prudência e equidade e de fazer leis boas e justas para o convívio social.
6. Voto não é
mercadoria. Fique atento à prática da
corrupção eleitoral, ao abuso do poder econômico, à compra de votos e ao uso
indevido da máquina administrativa na campanha eleitoral. Fatos como esses
devem ser denunciados imediatamente, com testemunhas, às autoridades
competentes. Questione também se os candidatos estão dispostos a administrar ou
legislar de forma transparente, aceitando mecanismos de controle por parte da
sociedade. Candidatos com um histórico de corrupção ou má gestão dos recursos
públicos não devem receber nosso apoio nas eleições.
7. Voto
consciente não é troca de favores, mas uma escolha livre. Procure conhecer os candidatos, sua história pessoal, suas ideias
e as propostas defendidas por eles e os partidos aos quais estão filiados. Vote
em candidatos que representem e defendam, depois de eleitos, as convicções que
você também defende.
8. A religião
pertence à identidade de um povo. Vote em candidatos que
respeitem a liberdade de consciência, as convicções religiosas dos cidadãos,
seus símbolos religiosos e a livre manifestação de sua fé.
9. A Família
é um patrimônio da humanidade e um bem insubstituível para a pessoa. Ajude a promover, com seu voto, a proteção da família contra todas
as ameaças à sua missão e identidade natural. A sociedade que descuida da
família, destrói as próprias bases.
10. Votar é
importante, mas ainda não é tudo. Acompanhe, depois das
eleições, as ações e decisões políticas e administrativas dos governantes e
parlamentares, para cobrar deles a coerência para com as promessas de campanha
e apoiar as decisões acertadas.
Os eleitores pertencem àquele Povo de Deus que é representado na
imagem dos trabalhadores da vinha, de que fala o Evangelho de Mateus: « O Reino dos Céus é semelhante a um
proprietário, que saiu muito cedo, a contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a vinha » (Mt 20,
1-2). A parábola do Evangelho abre aos nossos olhos a imensa vinha do Senhor e
a multidão de pessoas, homens e mulheres, que Ele chama e envia para trabalhar
nela. A vinha é o mundo inteiro (cf. Mt 13, 8), que deve ser transformado
segundo o plano de Deus em ordem ao advento definitivo do Reino de Deus.
As eleições têm característica própria por
desencadear um processo de maior participação em que os candidatos são mais
próximos dos eleitores e também por debater questões que atingem de forma
direta o cotidiano da vida do povo. É muito comum ouvirmos que todos os
políticos são iguais e que o voto é apenas uma obrigação. Muitas pessoas não
conhecem o poder do voto e o significado que a política tem em suas vidas.
Numa democracia, como
ocorre no Brasil,
as eleições são de fundamental importância, além de representar um ato de cidadania. Possibilitam a escolha de representantes e
governantes que fazem e executam leis que interferem diretamente em nossas
vidas. Escolher um péssimo governante
pode representar uma queda na qualidade de vida. Sem contar que são os
políticos os gerenciadores dos impostos que nós pagamos. Desta forma,
precisamos dar mais valor a política e acompanharmos com atenção e critério
tudo que ocorre em nossa cidade, estado e país. O voto deve ser valorizado e
ocorrer de forma consciente. Devemos votar em políticos com um passado limpo e
com propostas voltadas para a melhoria de vida da coletividade. Temos que
aceitar a idéia de que os políticos não são todos iguais. Existem políticos
corruptos e incompetentes, porém muitos são dedicados e procuram fazer um bom
trabalho no cargo que exercem.
É importante acompanhar os noticiários, com
atenção e critério, para saber o que nosso representante anda fazendo, para
entender os projetos e idéias do candidato que pretendemos votar. O voto, numa democracia, é uma conquista do povo e deve ser usado
com critério e responsabilidade. Votar em qualquer um pode ter conseqüências
negativas sérias no futuro, sendo que depois é tarde para o
arrependimento.